julho 12, 2008

York House | Horizontes

Curiosa nata pela natureza e expressão humanas, talvez pela busca ao auto conhecimento, cedo iniciei a pintura registando o que via...
Durante um longo período limitei-me ao retrato, ao figurativo, às paisagens, à interpretação de obras que me captavam, soltando-me nessa contenção e definição da linha, através da cor e pincelada mais espontânea.
Encontrei-me na subtileza da aguarela, fascinada pela mancha que não tem emenda, pelas suas transparências e pelas possibilidades que este material permite na conjugação com a densidade de outros...
Entretanto frequentava umas aulas de desenho de modelo, a linha do corpo estimulou-me à (re)união com a Natureza, das suas raízes nas entranhas da terra, até ao espaço entre os espaços, na plenitude, o enrolar do traço...
O imaginário já se manifestava em tímidas anotações…
Houve então uma necessidade de simplificação… Na minha busca interior redescobri a beleza imensa das coisas mais simples, o brilho duma gota de água pendurada no verde de uma folha, o debruar do sombreado de uma rocha, os sons, os cheiros, os contrastes.... tanto... se podia dizer com uma só mancha.
Entre as páginas de livros, uma série de pintores me tocaram, pelo seu registo pictórico encorajaram-me a explorar a minha abstracção... O projecto do 'York House' veio na sequência deste processo, num tributo a 'Rothko' em velaturas concebi os 'Horizontes'.

Numa janela de um quarto um horizonte, revelando uma linha que lembrasse... a intimidade, o corpo...